Agora, 18.
Uma vez me perguntaram: "Como é pra você, ter dezoito anos?". Admito que por um segundo não sabia o que dizer, mas logo respondi: É como se fosse sua campainha tocando, e sua mãe vindo te dar a noticia de que a responsabilidade chegou. Não é mais aquela história de chegar em casa depois do colégio, almoçar, se jogar no sofá, tirar um cochilo, ver a Sessão da Tarde, fazer brigadeiro de colher, ver novela, comer mais brigadeiro...
Tenho medo das minhas escolhas e de algumas atitudes daqui pra frente, porque o meu destino vai depender disso, de uma escolha certa ou de uma atitude errada.
Ta. Talvez eu esteja exagerando um pouco, mas logo que comecei o curso técnico, à dois anos atrás, eu pude começar a sentir o que é ser de maior. Isso veio com as consequências da minha rotina. Até agora não comecei minha faculdade, não mudei de cidade e muito menos sei o que fazer no dia de amanhã.
É normal para algumas pessoas, para mim ainda não. Por enquanto, quem sabe.
Eu sonhava muito em um dia ter essa idade e dizer adeus para a infeliz "Assinatura dos pais ou responsáveis" ou até mesmo poder entrar agora, em lugares que menores não podem entrar.
O que na verdade acontece, é que os dezoito anos é como as outras idades que já tive, a única diferença é que agora percebo o quão é necessária a responsabilidade diante à mim e à todos.
Lavar, passar, cozinhar, limpar, trabalhar, dançar. Tudo isso estou aprendendo a digerir na minha vida, tudo sozinha, tudo no dia a dia. Aprendi a perceber também, que ultimamente ando sendo uma menina/mulher de fazes. Hora triste, sozinha e estressada, hora feliz, acompanhada e amada. Mas o mais importante que aprendi nessa idade, é que a gente cresce, amadurece e vê que a vida não é um conto de fadas. Porque tudo é lindo, fácil, romântico, interessante, livre...
Ou não.
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