Um café, por favor!


Mereço acordar num dia chuvoso e friolento, e não deparar mais com a mesmice da vida. Acordar, tomar um bom café, sentar na frente do computador e por ali ficar por horas. A chuva escorre pela janela caindo até o chão, passando pela fechadura enferrujada da porta velha da sala, formando uma breve possa d'água. 

Uma ventania lá fora acontece sem parar, nada de pássaros a cantar. Antes que o café esfriasse, tentei puxar na memória nossos melhores tempos, e os que me vieram na cabeça foram os tempos em que saíamos com os amigos e íamos de karaokê na casa de um deles. Lembrei também da vez que fizemos brigadeiro e passamos horas na frente da televisão assistindo um filme, que no final, acabamos adormecendo. 

Essas e outras lembranças não vão voltar. Não hoje, nem amanhã, muito menos depois. Tentei me esconder debaixo da coberta para espantar o frio, aquela mesma que você deixou em casa no dia em que se foi. Pistas foram deixadas por todo lado, seu perfume ali também foi encontrado. 

O tempo parou, o relógio paralisou e a nossa música se repete na rádio desde que acordei. Tudo isso era rotina, até eu levantar da cama, pegar meu café e começar a escrever. Sim. Porque escrever espanta a dor. O final feliz? Ah! ele existe, mas por enquanto só quero um café e um amor, quentes, por favor.

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